8/24/2012

A festa de Nossa Senhora dos Remédios de antigamente: algumas recordações

 
Fotografia recente: 2008
 
De manhã cedo deitavam a alvorada, trinta e tal morteiros. Às 7 horas era a missa para as cozinheiras. Às 9 horas chegava a filarmónica de Coja-Arganil. Percorria as povoações da Portela, Lagares e Travanca. A população é que dava comida aos músicos, eles iam ficando divididos pelas casas, para o primeiro almoço. Cada família dava a 2 músicos.
Às onze horas ia a procissão da Igreja para a Capela com os Santos da Igreja e as crianças da comunhão a cantar versos. A comunhão solene das crianças era de manhã porque não se podia comer desde a meia noite até à hora de comungar.
A seguir era a missa na Capela. Tinha  Sermão (vinha um Pregador de fora). A missa era cantada e acompanhada com a filarmónica. No fim da missa ia a procissão à povoação de Travanca com os andores de Nossa Senhora dos Remédios, São Sebastião e Santa Luzia. Iam as crianças da comunhão, a filarmónica a tocar cânticos religiosos, as crianças vestidas de anjo e de outras imagens. Também iam as mordomas com as fogaças.
No regresso, era a venda das fogaças, também havia quermesse e as limonadeiras a vender limonada, água com limão e açucar bem pouco. À noite também vendiam café.
As fogaças levavam muita coisa: 1 caçoilo de chanfana (na altura chamava-se carne assada) e 1 galinha assada no forno (dizia o Sr. José "Estúrdia" de saudosa memória: "Ó menina, dê mais uma voltinha que aquela senhora quer ver o ovo no cu da galinha!). Mas ainda tinha mais: 1 coelho assado ou melhor, tostado no forno (com uma vagem de feijão verde atravessado na boca), 1 pão e uma broa, 1 garrafa de vinho tinto e outra de branco e por vezes também uma de geropiga. Para a sobremesa, fruta da época, arroz doce, 1 pão de ló (bolo de buraco) e favos de mel. De um modo geral era assim.
No fim do leilão era o almoço da tarde. . A filarmónica estava até ao sol posto. Depois continuava a festa até à meia noite. Vinha um conjunto musical, mas não havia bailes nas proximidades da Capela. Pela meia noite havia uma descarga de fogo de artifício e o lançamento de 1 balão com uma luz dentro: era o que dava "força" para ele subir. Havia fogo preso que era montado nos quintais ao lado da Capela: apareciam figuras e um ano apareceu a imagem da Nossa Senhora.
No dia 16 era como agora: a missa às 11 horas, depois a procissão para a Igreja. Na parte da tarde era a venda das ofertas. As pessoas ofereciam produtos agrícolas e de casa, galinhas e coelhos. Era tradição todas as raparigas solteiras oferecerem um segredo. Numa caixa punham fruta, ou um bolo, ou arroz doce e por vezes algumas coisas que não valiam nada (mas por brincadeira). Quem comprava não sabia o que lá vinha. Um ano, em que eu ofereci, rendeu 16$00. Era uma pequena ajuda para as despesas da festa. No dia 16 à noite já não havia festejos.
Maria Puresa dos Santos Gonçalves (nascida em Travanca em 1927)

8/22/2012

Festa de Nossa Senhora dos Remédios 2012

Fotografia publicada em 1984 no livro de Varela Pecurto
[Arquivo Travanca (In)temporal]

Entre os dias 15 e 17 de agosto, a freguesia de Travanca do Mondego celebrou os tradicionais festejos em honra de Nossa Senhora dos Remédios.
A festa foi precedida no dia 14 da celebração da vigília na igreja paroquial, seguida da procissão de velas, muito participada e que segundo o nosso Pároco, se revelou como um belo momento de oração e reflexão.

No dia 15 após a eucaristia e procissão, seguiu-se o leilão de fogaças e ofertas, animado pelo concerto dado pela Filarmónica de Vila Nova de Poiares. À tarde além da quermesse, dos bares e leilões, foi feito o sorteio do quino, um divertimento que traz sempre muita gente ao convívio da Senhora dos Remédios.  Além do concerto da Filarmónica, animou a tarde, o conjunto típico do Val – da Trofa.

À noite o baile esteve a cargo do Conjunto “Lili e Primos”, que mais uma vez trouxeram boa disposição e animação à nossa aldeia.
Durante o dia 16 os festejos continuaram, conforme o previsto no programa, finalizando no dia 17 com uma sardinhada, bastante participada pela população. Os festejos terminaram com a atuação do conjunto “Mundo Novo”, num baile bastante animado.

Uma palavra de apreço e de parabéns à equipa de mordomos, mordomas, familiares e restantes colaboradores, que se esforçaram ao máximo para que tudo corresse pelo melhor, e para que todas as pessoas fossem bem recebidas.
Carmen Rojais
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 LEIA AMANHÃ:
A FESTA DE N.S. DOS REMÉDIOS DE OUTROS TEMPOS

8/11/2012

Festas em Honra de N. Sª dos Remédios marcam o calendário do mês de Agosto em Travanca


15 de Agosto 
Solenidade da Assunção de Nossa Senhora para Católicos e Ortodoxos
A Assunção de Maria é a crença professada pelos cristãos católicos e ortodoxos, segundo a qual a Virgem Maria foi levada em corpo e alma para a glória celeste pouco depois de sua morte. A Igreja Católica Romana ensina esta crença como um dogma de que a Virgem Maria "ao concluir o curso de sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma para a glória celestial." Isto significa que Maria foi transportada para o céu com o seu corpo e alma unidas. Esta doutrina foi dogmaticamente e infalivelmente definida pelo Papa Pio XII, em 1 de novembro de 1950, na sua Constituição Apostólica Munificentissimus Deus. A festa da assunção para o céu da Virgem Maria é celebrada como a "Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria" pelos católicos, e como a Dormição por cristãos ortodoxos. Nestas denominações a Assunção de Maria é uma grande festa, normalmente comemorada no dia 15 de agosto.

Cancelado o espectáculo de Fados de Coimbra

Em virtude do falecimento da Srª Arlinda Martins Henriques no dia 8, cujo funeral se realizou ontem, a Junta de Freguesia decidiu cancelar a Noite de Fados que estava prevista para amanhã dia 12.

8/08/2012

Fados de Coimbra voltam a Travanca

Depois do êxito do ano passado, mais uma vez Travanca vai ter uma Noite de Fados. É no domingo, no Parque da Fonte.