12/21/2019

A "nossa" homenagem póstuma ao "ti Tomé"


Há já algum tempo que não escrevia neste blogue. Pouco depois de publicar a notícia da inauguração da ETAR e ao abrir o Facebook encontro a triste notícia do falecimento do Sr. Tomé, do “Ti Tomé” veiculada pela página do João Azadinho, cujas palavras transcrevo, seguidas de alguns comentários publicados naquela rede social.

“Hoje Travanca do Mondego fica mais triste… O nosso Ti Tomé deixou-nos…e já temos saudades…do sorriso, das gargalhadas, dos piropos, das cantorias,…

Em 2013, como Presidente de Junta, prestámos-lhe uma justa homenagem, exatamente por ser aquilo que sempre foi…maior que o seu próprio tamanho.

Recordo aqui as palavras lhe dediquei nessa cerimónia:


"Nasceu a 19/07/1932 em Telhado, concelho de Penacova. Aos 10 anos veio viver para Travanca do Mondego, onde casou com Adélia Luísa Duarte, vivendo atualmente na localidade dos Covais.
Participa com gosto, ainda hoje em todas as atividades da freguesia. Fez parte do Rancho Folclórico Estrelas do Mondego e anos mais tarde também do Rancho Mensageiros da Paz. Marcou presença em inúmeras ocasiões, nas marchas Populares de Travanca do Mondego.
Quem não se lembra da pessoa que na visita pascal ia à frente a tocar o sino e a recolher umas amêndoas? E no domingo de ramos, apesar da sua baixa estatura, fazia questão de levar sempre o ramo maior!
E quem o quiser ver feliz é dar-lhe uns ferrinhos, para tocar e cantar umas boas modas!
Homem simples, honesto e dedicado, recebe hoje uma merecida palavra de carinho de todos nós!
Tomé Teixeira, o nosso Ti Tomé!"
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Alguns comentários do Facebook:

RITA VICTOR Ao longe ouvia o ruído do carro de bois do Ti Tomé, corria para a varanda na inocência da infância para ver os bois, carinhosamente chamava-me para fazer uma festinha nos ditos bichos que apesar do encanto de os ver, tocar-lhe já era outra história!! Tinha sempre um sorriso uma palavra, um beijinho! Até há pouco poderia não saber chamar-me de Rita mas sabia bem dizer que era a filha da Saozita!! Ficará eternamente no coração e ligado a aldeia de Travanca!! Até sempre Ti Tomé! Meus sentimentos a toda a família

FERNANDO FONSECA Os meus sentimentos a toda a família. Existem pessoas que vamos encontrando na vida que nunca nos esquecem. A simplicidade, alegria, humildade, o sorriso verdadeiro, o brilho do olhar, a sã brincadeira, são das melhores coisas que qualquer pessoa pode deixar. Obrigado Ti Tome ... até um dia.


MANUEL PINTO CAETANO São homens assim que sempre serão lembrados pelo povo honesto e simples. Que o Senhor o tenha recebido numa morada superior a qualquer morada de Covais. Domingo à tarde voltarei segunda vez a Travanca para me associar aos que sabem apreciar a gente do povo.

DAVID G. DE ALMEIDA É com profundo pesar que acabo de saber desta triste notícia. Seu vizinho durante muitos anos nos Covais, dele recordo a sua alegria, boa disposição, as suas brincadeiras de Carnaval, a sua enorme capacidade de trabalho com a sua junta de bois (que muitas vezes acompanhei a lavrar terras, na sementeira do milho, a carregar estrume, a carregar poceiros de cachos da Bica...) nos duros trabalhos da malha do trigo com a máquina debulhadora... tantas recordações... A participação sempre generosa em actividades culturais, no Rancho e depois no Grupo Etnográfico "Mensageiros da Paz", nas Marchas de Travanca… A sua voz e a sua presença inconfundíveis eram marca que fica deste homem educado, simples e honrado. Que Deus, na sua infinita misericórdia, lhe dê o lugar merecido. Para a família as mais sentidas condolências.

CARMEN ROJAIS Travanca do Mondego está triste, está de luto, o nosso Ti Tomé deixou-nos e a falta que nos vai fazer. Homem simples e afável amigo de ajudar, amigo de participar.
Um Homem de um coração gigante, de uma alegria contagiante, como não gostar do Ti Tomé!Amigo de beijinhos e abraços de uma educação sem tamanho, nem com o seu "grãosito" na asa o Ti Tomé era mau... cantava, cantava o seu marinheiro...Em 2011 com muito gosto, fomos padrinhos da marcha e tão contente que ele ia sempre, foi um gosto muito grande ir de braço dado com este senhor! Obrigado Ti Tomé, sentiremos muito a sua falta, jamais o esqueceremos, ficará nos nossos corações!

Nascido em Telhado, com dez anos veio para a nossa aldeia, para a casa que agora é dos meus pais, na altura do meu bisavô Rojais, para moço de servir e tratar dos bois. Não pensem que era tarefa fácil, o meu bisavô prezava por ter uma parelha de bois gigantes e bem constituídos (como diziam, dois castelões).
Por se desenvencilhar tão bem passou a moço de carreira, (quem andava na frente dos bois) e mais tarde subiu novamente de posto. Só saiu da quinta do Cabeço quando se casou, mas continuou com uma grande estima pela nossa família.
Então as meninas, para ele eu e a minha irmã seríamos sempre as meninas, assim como muitas outras, que mesmo depois de adultas, ficámos sempre meninas.

Obrigada pelas lições de vida, pelas canções que nos ensinou, pela herança maior que nos deixou, a sua alegria e humildade. Até sempre, repouse em Paz, a esta altura já deve estar animar o céu, a cantar o seu marinheiro!

Estação de Tratamento de Águas Residuais de Travanca do Mondego foi inaugurada




A estação de tratamento de águas residuais (ETAR) de Travanca do Mondego foi inaugurada no dia 19 pp. Presidida pela secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos Costa, a cerimónia de inauguração, dez anos após ter sido iniciado o processo, decorreu salão nobre dos Paços do Concelho, devido às condições atmosféricas.

A obra, que incluiu a construção da ETAR referida e da estação elevatória de águas residuais (EEAR) do Silveirinho, teve um custo aproximado de 800 mil euros, cofinanciado em 85% pela União Europeia, através do PO SEUR.

Esta ETAR vai descarregar as águas tratadas na Bacia Hidrográfica da Barragem da Aguieira (ribeiro do Paço), pelo que a Agência Portuguesa do Ambiente exigiu que seja feita a remoção total de nutrientes nesta estação, disse Mário Azevedo, da AdCL.

Tem capacidade para tratar em média 66 metros cúbicos de efluentes líquidos por dia.

O Subsistema de Saneamento de Travanca do Mondego inclui a estação de tratamento de águas residuais (ETAR) de Travanca do Mondego e estação elevatória de águas residuais (EEAR) de Silveirinho. Este subsistema, cujo investimento rondou os 800 mil euros, financiado pela União Europeia através do POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, vai  servir as populações de parte do lugar de Silveirinho, da freguesia de São Pedro de Alva e as populações dos lugares de Covais, Lagares, Portela e Travanca do Mondego, representando 625 habitantes-equivalentes.







Na ETAR de Travanca do Mondego o tratamento do efluente é feito numa instalação compacta, pelo processo de lamas ativadas com remoção de azoto e fósforo, em regime de baixa carga e arejamento prolongado, por sistema de fluxo contínuo. A água tratada será rejeitada na linha de água designada por ribeiro do Paço.

A EEAR de Silveirinho é uma infraestrutura de pequena dimensão, constituída por tamisador, poço de bombagem e câmara de manobras, que irá elevar o efluente da população residente de Silveirinho até à ETAR. Esta infraestrutura é constituída por um tamisador com grade mecânica, onde ficam retidos os resíduos sólidos, com recolha mecânica para contentor. Após a tamisagem o efluente é encaminhado para o poço de bombagem, onde será efetuada a sua elevação por um grupo submersível (2 unidades de bombagem), para um caudal de 6 l/s.

A empreitada foi adjudicada, a 5 de março de 2018, ao consórcio formado pelas empresas Cipriano Pereira de Carvalho & Filhos e OMS – Tratamento de Águas, Lda., tendo estando a fiscalização a cargo da Rioboco, S.A.